O sono e o mal de Alzheimer

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O sono e o mal de Alzheimer

Um estudo publicado no The Journal of Experimental Medicine no último dia 24 de novembro de 2014, demonstrou que uma proteína responsável por acordar o ser humano do sono (Orexina), pode ter grande relação com a Doença de Alzheimer (DA).

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington descobriram que a perda do sono contribui para o crescimento de placas no cérebro. O acúmulo destas placas, constituídas principalmente pela proteína amiloide beta, determina o início dos sintomas iniciais da doença e aumenta conforme o Alzheimer progride. Os cientistas consideram que o atraso ou a parada da produção destas placas poderia atrasar ou deter a evolução da doença.

A pesquisa foi feita também em ratos, identificando que a diminuição do  acúmulo de uma outra proteína, chamada Orexina, fez com que os ratos dormissem por um tempo mais prolongado diminuindo o acúmulo das placas nos cérebros dos animais. Nos ratos como nos seres humanos, a quantidade de placas aumentavam na medida que os ratos dormiam menos. Os ratos sem Orexina dormiam em média uma hora ou mais que os outros. Ou seja, dormir bem pode ter uma profunda ligação com a DA.

O objeto do estudo desta pesquisa, a Orexina, é produzida por células do Hipotálamo (uma determinada área do cérebro) e estimula o estado de alerta do ser humano. As baixas concentrações de Orexina no indivíduo estão relacionadas com a Narcolepsia, um transtorno caracterizado por sono excessivo e acessos de sono diurno frequente.

A DA, descoberta pelo patologista alemão Alois Alzheimer em 1907, é uma afecção degenerativa progressiva e irreversível do cérebro, que acarreta perda de memória, diversos distúrbios cognitivos e desorientação. Tem incidência ao redor dos 60 anos e o curso da doença varia entre 5 e 10 anos.

Este estudo pode nos dar um norte para a pesquisa junto a proteína Orexina, e nos lembra que dormir bem pode prevenir o surgimento da Doença de Alzheimer e muitas outras.

Os distúrbios do sono são comuns e podem ser diagnosticados com a Polissonografia, um exame que avalia a condição do sono do paciente.

A alimentação saudável, atividade física, acompanhamento médico anual e uma boa dose de bom senso parecem ser a chave para uma vida longa e com qualidade.

Fonte: Holtzman D. et al, Potential role of orexin and sleep modulation in the pathogenesis of Alzheimer’s disease. The Journal of Experimental Medicine, Novembro de 2014 DOI: 10.1084/jem.20141788

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