Um estudo publicado no JAMA Internal medicine demonstra que o maior consumo de grãos integrais pode diminuir a mortalidade precoce causada pela diabetes tipo II e doenças cardiovasculares como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral.
A pesquisa foi confeccionada na Escola de Saúde Pública de Harvard, examinando a associação entre o consumo de grãos integrais e o risco de morte usando dois grandes estudos, sendo um com 74.341 (1984-2010) mulheres e outro com 43.744 homens (1986- 2010). Previamente todos os indivíduos não apresentavam doenças cardiovasculares ou câncer diagnosticados.
Os autores estimaram que a cada porção de 28 gramas de grãos inteiros por dia estava associado com mortalidade menor de 9% por doença cardiovascular. Não houve diminuição da mortalidade por câncer.
Estes dados reforçam o que indica a atual diretriz dietética que recomenda o aumento do consumo de grãos inteiros para prevenção das doenças crônicas, como a diabetes e as doenças cardiovasculares, podendo conferir benefícios em relação ao aumento da expectativa de vida da população.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 16 milhões de pessoas morrem por ano de forma prematura, ou melhor, antes de completarem os 70 anos de idade, sendo a causa principal as doenças pulmonares e cardíacas, tais como acidente vascular cerebral, diabetes e câncer.
A OMS assegura que é necessária uma ação urgente dos governos para diminuir a mortalidade dessas afecções, que também são chamadas de doenças não transmissíveis (DNT).
O objetivo global da OMS é reduzir as causas de morte prematura em 25% até o ano de 2025. O relatório afirma ainda que a maioria das mortes por DNT podem ser prevenidas.
Ainda não podem ser esquecidos como causadores de DNT o álcool e o tabaco, grandes causadores de mortes prematura anualmente.
A OMS solicita que fortes medidas sejam tomadas contra o álcool, tabaco, gorduras insaturadas, reforço da prevenção do câncer de colo do útero e o fortalecimento das políticas de promoção do aleitamento materno.
Medidas simples como as mudanças de hábitos de vida e alimentares, assim como aumento da oferta de água e esgotos tratados, acesso a saúde primária, aumento da educação da população e uma boa pitada de bom senso, parecem ser os melhores aliados para o aumento da expectativa de vida da população, lembrando sempre que medicina é uma arte/ciência momentânea.
Fontes:
Hongyu Wu et al, Association Between Dietary Whole Grain Intake and Risk of Mortality. JAMA Internal Medicine, 2015; DOI: 10.1001/jamainternmed.2014.6283 Organização Mundial da Saúde
